O novo papa Francisco, nome quase inesperado, figura modesta e simpática, o pedido para que o povo o abençoasse: começa um novo capítulo da história do governo da Igreja Católica.
Os primeiros sinais indicativos.
O nome Francisco evoca: São Francisco de Assis, que andava de sandálias, pobre, e conversava com
o lobo e os passarinhos, e São Francisco Xavier, companheiro de Santo Inácio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus – os Jesuítas –,
que dedicou sua vida à evangelização da Ásia, da Índia ao Japão, e que morreu
na China. Este é um primeiro sinal, uma indicação de seu modo de ser e de sua
missão: despojado, simples, missionário encarregado de levar o Evangelho a
todos os povos. Os jesuítas são um exército de especialistas com história
consolidada e excelentes estruturas para dar todo tipo de apoio necessário à
missão que deverá cumprir.
Outro sinal: a imagem que irradiou do balcão da
basílica de São Pedro: ele disse que assumia a diocese de Roma como seu bispo. Dirigiu-se
antes ao povo romano como interlocutor preferencial na praça à sua frente. Ele
não é papa que também é bispo de Roma. É o contrário: é bispo de Roma e por
isso é o primeiro entre os demais bispos, que nós chamamos de Papa. Do ponto de
vista da compreensão teológica, da legitimidade do encargo pontifício, este é o
caminho certo. Isso aponta para o governo colegial de todos os bispos, um
clamor de muitas vozes na Igreja depois do concílio Vaticano II. Esta visão facilita também o diálogo ecumênico
com as demais igrejas cristãs.
Por fim, o terceiro e comovente sinal, além da
saudação espontânea, foi o pedido de bênção – que o povo rezasse por ele e o
abençoasse, inclinando-se – antes de ele mesmo abençoar. Em sua primeira fala,
há um tratamento no pronome “nós” que tem grande significado para este tempo de
participação, um modo de falar de democracia na Igreja. A sua despedida: “Nós
nos veremos em breve, rezem por mim e tenham uma boa noite!” nos acalenta e
conforta.
São apenas alguns sinais muito iniciais, que nos
permitem visualizar como poderá ser seu pontificado. Sua vida em Buenos Aires, uma
vida simples que se servia dos meios públicos de transporte e preparava a
própria comida, nos dá esperança que ele tenha competência e energia para a
tarefa firme da reforma sugerida por Bento
XVI.
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